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AS NOVAS PAIXÕES ESPORTIVAS
MOLDAM A IDENTIDADE BRASILEIRA?

O Brasil tem vivido uma transformação esportiva nos últimos anos, refletindo mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Embora o futebol ainda mobilize 78% da população e gere R$ 52,9 bilhões anuais, segundo o Instituto Datafolha, outras modalidades esportivas estão ganhando espaço. Esportes como basquete, automobilismo e tênis têm atraído novos públicos, impulsionados por uma geração conectada e interessada em práticas que promovam saúde e bem-estar. 

 

O basquete tem ganhado cada vez mais popularidade no Brasil. Entre 2017 e 2023, o número de fãs da modalidade cresceu significativamente, alcançando 46,1 milhões de brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pela Global Web Index e divulgada em 2023. Esse avanço é atribuído, em grande parte, à influência da NBA (National Basketball Association), a liga profissional norte-americana de basquete, que é considerada a mais prestigiada do mundo. A NBA tem expandido sua presença no Brasil por meio de transmissões ao vivo, conteúdos traduzidos e eventos locais.

 

No automobilismo, a série Drive to Survive, da Netflix, desempenhou um papel central na revitalização do interesse pela Fórmula 1 no Brasil, trazendo uma nova geração de fãs para o esporte. Reportagens de veículos como The Guardian e Reuters apontam que a série ajudou a aumentar a audiência da Fórmula 1 globalmente, e esse impacto também é sentido no Brasil, onde o esporte viveu seu auge nas décadas de 1980 e 1990 com nomes como Ayrton Senna.

 

O tênis brasileiro também tem conquistado espaço no cenário esportivo, em parte devido à ascensão de atletas como Beatriz Haddad Maia, que chegou ao top 10 do ranking mundial da WTA (Associação de Tênis Feminino). Segundo a Confederação Brasileira de Tênis, o número de praticantes e fãs da modalidade tem aumentado nos últimos anos, impulsionado por campanhas vitoriosas e maior visibilidade na mídia esportiva.

 

Mas o vôlei continua como uma das modalidades favoritas dos brasileiros, consolidando seu espaço com uma base fiel de milhões de espectadores. De acordo com dados da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), a Superliga Brasileira, principal campeonato nacional, alcança uma audiência média de 10 milhões de pessoas por temporada em transmissões televisivas e digitais. Além disso, competições internacionais, como a Liga das Nações, atraem ainda mais espectadores, especialmente durante partidas das seleções masculina e feminina, que historicamente têm desempenhos de destaque no cenário mundial. A Pesquisa Game Brasil 2022 aponta ainda para o crescimento dos e-sports, acompanhados por 55% dos brasileiros, com plataformas de streaming e redes sociais desempenhando um papel central na formação de comunidades e na disseminação de modalidades esportivas antes consideradas de nicho.

 

Para o antropólogo José Paulo Florenzano, professor da PUC-SP, esse movimento marca um resgate da diversidade esportiva que existia nas décadas de 1950 e 1960, mas que foi abafada pelo domínio do futebol. “Naquela época, havia uma variedade de práticas esportivas sendo fomentadas, mas o futebol se consolidou como uma força hegemônica, ofuscando outras modalidades”, explica.

“O futebol não perde sua centralidade, mas começa a dividir espaço com modalidades que dialogam com as novas práticas culturais e estilos de vida da população brasileira.” (Jose Paulo Florenzo, professor da PUC-SP)

Segundo Florenzano, a globalização e o avanço das mídias digitais têm permitido que esportes como o basquete e o automobilismo ganhem mais espaço no imaginário brasileiro. “A cultura esportiva norte-americana exerce uma influência muito forte sobre os jovens, especialmente por meio das ligas como a NBA, que sabem construir narrativas emocionantes e atraentes para o público global”, observa.

 

Apesar desse avanço, o especialista sugere que o crescimento sustentável das modalidades no Brasil depende de políticas públicas e de figuras icônicas que simbolizam essas práticas esportivas. Ele menciona que “a ausência de um piloto brasileiro competitivo na Fórmula 1, por exemplo, limita a consolidação do automobilismo como um interesse de massa no país”. Além disso, ele destaca o papel dos influenciadores digitais na formação de novas comunidades de fãs, complementando o alcance da mídia tradicional. “Esses influenciadores democratizam o acesso à informação esportiva, conectando as pessoas a práticas antes desconhecidas e ajudando a criar uma base de engajamento mais sólida”, ressalta.

 

Com a diversificação crescente, o Brasil tem a oportunidade de construir um cenário esportivo mais pluralista. Florenzano conclui que, embora o futebol continue sendo central, a inclusão de outras modalidades pode enriquecer o panorama esportivo nacional, tornando-o mais diverso, inclusivo e conectado à multiplicidade cultural do país. “O esporte tem o potencial de ser um espaço de pertencimento e identidade, e ampliar esse olhar pode fortalecer a cultura esportiva brasileira como um todo”, finaliza.

Um esporte elitizado em um país de terceiro mundo

Texto escrito por Herinque Falavigna

O automobilismo teve seu início em 1894, na França, com a corrida Paris-Rouen que levou mais de seis horas para ser completada e teve como seu vencedor Jules-Albert de Dion, que foi desclassificado, levando assim o troféu à Georges Lemaitre. As primeiras corridas de carro aconteciam entre cidades, pois não haviam autódromos ainda, já que o primeiro, o autódromo de Brooklands, na Inglaterra, foi construído em 1907.


Desde sempre, o cenário do automobilismo é elitizado, pois para construir um carro de corrida, necessita de uma grande quantia de dinheiro, atualmente estima-se em 20 milhões de euros. De certa forma, segue assim até os dias atuais, onde as grandes marcas utilizam o esporte para se promover, patrocinando equipes e pilotos. Em 2023, segundo a Liberty Media, a Fórmula 1 teve o maior faturamento da sua história (US$3,2 bilhões), e desse valor, aproximadamente US$1 bilhão, foram repassados às equipes. 

 

A Fórmula 1, principal competição automobilística do mundo, nasceu em 1950, sendo subsequente aos Grand Prix. Giuseppe Farina conquistou a primeira vitória de Alfa Romeo no lendário circuito de Silverstone, Inglaterra. Além disso, foi o primeiro campeão da competição derrotando a lenda Juan Manuel Fangio.

 

No Brasil, o esporte começou a ser acompanhado nos anos 70, com o bicampeonato de Emerson Fittipaldi (1972, 1974) e teve seu auge nos anos 80 e início dos anos 90, com os tricampeonatos de Nelson Piquet (1981, 1983, 1987) e Ayrton Senna (1988, 1990, 1991), mas após a morte de Senna, em 1994, houve uma singela queda de audiência no esporte, um exemplo é que no GP de Interlagos de 1994, antes da morte de Senna, a Rede Globo alcançou 49 pontos no Ibope, já em 1995, o mesmo GP alcançou apenas 29 pontos.

 

 

 

 

 

 

 

Após 1991, o Brasil não conquistou nenhum título na competição, chegando próximo em 2008, quando Felipe Massa, então piloto da Ferrari, foi campeão por 38s, quando Lewis Hamilton (McLaren) ultrapassou Timo Glock (Toyota) e foi campeão mundial. “Ninguém esperava uma ultrapassagem do Hamilton, mas na verdade não perdeu o título nessa corrida e sim em Singapura, na batida do Nelsinho Piquet que tirou a vitória do Massa”, relata Marcos. Desde 2017 o país não tem um representante na Fórmula 1, mas em 2025, Gabriel Bortoleto será piloto da equipe Sauber, o que pode abrir portas para outros pilotos, como disse o atual líder da Fórmula 4 brasileira, Matheus Comparatto (17). “Acho que o brasileiro é mais que provado que tem uma base de pilotos sensacionais. Acho que isso é o mais importante, você ter um piloto muito bom que muda um pouco a cabeça dos europeus de que brasileiros são pilotos muito bons e focados.”

 

“O Brasil parou, ele era o herói brasileiro no esporte. Teve uma grande comoção quando ele chegou no Brasil, era uma sensação de ter perdido alguém da família.”, disse Marcos (61). 

Ivan Bruno (32), narrador da Fórmula 2 no BandSports comenta que a chegada de um brasileiro amplia o amor do nosso povo pela Fórmula 1. “Obviamente no ano que vem teremos que ter muita paciência, afinal de contas a Sauber ainda não é Audi.” Segundo o locutor, “o brasileiro normalmente não quer vivenciar o esporte, mas sim, ganhar, e o Bortoleto vai ter que entender que vão haver muitas críticas diante de um desempenho que a Sauber não entregue um carro a altura.”

 

A Fórmula 1 teve um grande rejuvenescimento no seu público, e muito disso deve-se à compra da mesma pela Liberty Media em 2016, quando o então dono Bernie Ecclestone a vendeu por cerca de US$6 bilhões. Desde então, a Fórmula 1 se tornou mais ativa nas mídias sociais, o que levou, em 2023, uma queda da idade média dos acompanhantes da competição de 36 para 32 anos, pois houve um crescimento de 21% dos espectadores de até 25 anos, segundo a Liberty Media. Sobre isso, Ivan acredita que a Netflix, junto com a Fórmula 1, trouxe um roteiro muito importante no esporte e que muita gente se esquecia: a história desses atletas, os bastidores da Fórmula 1. “Conhecer o que ronda os motorhomes das equipes traz um gosto a mais para o público jovem, que é apaixonado por grandes histórias”.

Um grande mercado para pouco investimento 

Texto escrito pelo Gustavo Rocha

O basquete vem crescendo no Brasil. Isso é algo visível, seja pelo aumento de fãs, aumento de quadras ou até pelo aumento de transmissões das partidas no país. As partidas têm ficado cada vez mais acessíveis, pelo fato também da variedade de canais para assisti-las, seja pelas plataformas de streaming, como Disney+ e Prime Video, ou pelo YouTube, pela TV aberta na Bandeirantes ou pela TV fechada, como na ESPN.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem: IStock

Ricardo Bulgarelli, um dos comentaristas mais respeitados dentro do basquete brasileiro, não só pelos comentários, mas também pela experiência na profissão, destaca que a NBA hoje vive um momento excepcional. Ele confessa que, em 1995, quando começou na televisão, não tinha noção do que poderia vir a ser a NBA e admite que a chegada de novas formas de transmissão é fundamental para ter um alcance maior.

A NBA, com o Dream Team de 1992, com jogadores como Michael Jordan, Larry Bird e Magic Johnson, se permitiu ser espalhada pelo mundo, o que reflete na popularidade do esporte globalmente. Porém, se a NBA conseguiu se globalizar tão facilmente, por que demorou tanto para chegar ao Brasil? Foi pela falta de representatividade no mais alto nível do basquete? Pela competitividade com o vôlei? Ou pela forma como esses esportes são vendidos no Brasil?

“A gente tem dificuldade de ver brasileiros lá (NBA), e a gente sabe que isso chama a atenção da mídia, para transmissão e para vender patrocínio”, comenta Bulgarelli. Ele também ressalta que os jovens brasileiros acabaram optando pelo vôlei e não pelo basquete. “O vôlei vivia um melhor momento (décadas de 1990 e 2000), tinha visibilidade, tinha um maior carinho pela confederação. 

Como a Confederação Brasileira de Basquete ficou um tempo maltratada, a gente acabou perdendo muitos atletas para o vôlei.” Apesar do aumento das transmissões, a NBA ainda é algo visto em segundo plano na TV brasileira. “Hoje, é capaz de passar um campeonato turco em uma TV aberta, mas a NBA, às vezes, por conta do horário ou da visibilidade, não tem o mesmo ibope. E os caras nunca vão trocar o futebol por nada”, diz Bulgarelli.

Com o mercado nacional sendo notado pelas marcas e pela NBA, “esse momento é o basquete lutando para ser o segundo esporte do país. Precisa de muita coisa? Lógico, precisa reestruturar a base, principalmente o basquete feminino, que recentemente vem dando as maiores alegrias: foi campeão do mundo em 1994, prata em 1996, bronze em Sydney 2000 e campeão Pan-Americano agora em 2019, algo que não ganhava desde 1991. A gente não pode esquecer da base, mas também fortalecer o basquete como um todo, e isso a NBA puxa de alguma maneira.”

Reestruturar a base é o mais importante para manter o esporte ativo dentro do país, para que ele realmente consiga se colocar na posição de segundo esporte do Brasil, já que, para isso, é necessário vencer. Afinal, vencendo, os garotos terão brasileiros como referência e não jogadores americanos, por exemplo. “Você traz a proximidade da NBA, aproxima o garoto em casa, mas o cara quer ser o Lillard, o Curry. Isso remete também aos garotos que treinam basquete hoje. Você não vai ver um garoto treinando com a camisa do Corinthians Basquete, do São Paulo Basquete ou do Bauru; você vai ver um cara com a camisa do Harden, do Westbrook.”

Por isso, o investimento não pode ser só na NBA ou em transmissões. Ele deve ser na base, por mais que “essa visão possa ser muito legal para ajudar o basquete, para fomentar o esporte, para as crianças jogarem, mas traz a falsa impressão de que vamos acelerar passos. Porque, hoje, o cara não joga basquete para praticar o esporte somente; o cara tá pensando em jogar na NBA, em ser um novo milionário, e ele podia estar pensando em se desenvolver como um atleta, como homem, e assim, em um segundo momento, se desenvolver, jogar pela seleção brasileira e aí sim começar a pensar em ter a responsabilidade de ser um rosto brasileiro na NBA.”

Com a falta de investimento na base e na visibilidade de ídolos do basquete, muitos dos jovens que hoje acompanham a NBA podem não ter um ídolo brasileiro, mas podem ter tido o incentivo de algum criador de conteúdo, como DPC, Jota Jr., Caio Teixeira, Douglas Viegas. Daí vem também a influência da internet no crescimento do basquete no Brasil. Hoje, muitos desses influenciadores trabalham nas transmissões ou até em programas oficiais da NBA, como um tipo de estratégia da própria liga para se vender no mercado nacional.

O Jota, youtuber que hoje participa das transmissões pelo Prime, é um exemplo. Bulgarelli foi uma das pessoas que acreditaram no potencial dele para “fazer parte de algo maior, que seria bom para os dois lados, para ele e também para quem consome. Assim, todo mundo poderia ter acesso ao cara, um cara capacitado.” Bulgarelli, pelo talento que vê em Jota, tem como sonho uma transmissão dele, de Rômulo e de si próprio in loco em Boston, time de coração de Jota.

A falta de investimento público acaba dando visibilidade a pessoas que também merecem, como o Jota, mas estaciona o esporte apenas como um produto e não como uma potência a ser explorada, a ponto de construir times campeões, como foram os de Oscar Schmidt, Hortência e Magic Paula. Bulgarelli não consegue ver isso acontecendo “no país que a gente vive”. Para ele, não há interesse em ajudar a comunidade nesse aspecto, mesmo com a visibilidade crescente da liga americana no Brasil. “Vai depender de marcas ou de caras apaixonados.”

O Caxias do Sul é um exemplo de que o basquete não é um esporte valorizado pelas prefeituras normalmente. Após o time chegar à quinta colocação no NBB, tendo um investimento bem menor comparado com os times maiores, como Bauru, Mogi e Franca, no ano seguinte, com a troca de governo, o time foi retirado do NBB por falta de investimento. “Em uma cidade que tem dois times de futebol, o Caxias Basquete conseguiu juntar as duas torcidas para torcer por um time só.”

Por mais que a NBA siga crescendo dentro do território brasileiro, a esperança de um investimento público é baixa. Existem muitas pessoas apaixonadas pelo esporte que, assim como Bulgarelli, “perderam as esperanças”. Hoje, apesar do bom momento, não se vê um investimento condizente com o crescimento do esporte.

Como o Brasil está jogando para vencer?

Texto escrito por Julio Delavy

O avanço dos e-sports no Brasil reflete uma transformação cultural e tecnológica que tem consolidado os jogos on-line como uma forma de entretenimento, competição e profissão. Apesar do domínio tradicional de esportes como futebol e vôlei, essa modalidade tem mobilizado milhões de brasileiros, especialmente jovens, criando novas formas de engajamento e expressão. Segundo a Pesquisa Game Brasil 2022, 74,5% da população já joga regularmente, sendo os games uma das principais formas de diversão para 84,4% dos entrevistados. Além disso, o isolamento social intensificou essa tendência, com jovens de 16 a 24 anos compondo a faixa etária mais ativa no consumo de jogos digitais.

Os e-sports não são apenas uma diversão casual, mas um mercado robusto com competições organizadas e premiações milionárias. O Tracking Sintonia aponta que, embora 28% dos jogadores brasileiros não se consideram “gamers”, o engajamento com os jogos eletrônicos é significativo. Entre os praticantes assíduos, 16% utilizam duas ou mais plataformas, com o smartphone dominando entre os jogadores casuais, enquanto consoles e computadores atraem gamers dedicados que buscam experiências imersivas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem: IStock

Essa expansão também ocorre no campo das transmissões on-line, que acumulam milhões de visualizações em plataformas de streaming exibindo modalidades como Role-Playing Games (RPGs ou jogos de interpretação de papéis), lutas e batalhas reais. A comunidade brasileira de gamers é diversa: enquanto as mulheres representam 51% dos jogadores e preferem o smartphone, os homens equilibram o uso entre consoles e computadores. O engajamento dos gamers das classes A e B, principalmente em capitais, impulsiona ainda mais esse mercado, consolidando o Brasil como um dos países com maior crescimento no cenário de e-sports.

 

Rodrigo Pascoal, diretor de arte de games, aponta que o crescimento da indústria no Brasil enfrenta barreiras como a falta de incentivos governamentais e empresariais. “Comparado ao mercado internacional, o Brasil ainda cresce pouco. Países como o Canadá têm políticas claras de incentivo ao setor, enquanto aqui, o investimento é escasso”, afirma. 

No entanto, o especialista enxerga um diferencial competitivo no valor cultural do Brasil. “Temos muito a contar nos jogos, e a criatividade brasileira pode ser o ponto de virada. Se já fizemos tanto com tão pouco, podemos fazer muito mais com apoio adequado,” analisa. Ele cita o exemplo da Coreia do Sul, que investiu em cultura e colhe os frutos no cinema e nos games, sugerindo que o Brasil poderia seguir esse modelo para explorar o potencial cultural.

A representatividade também é um fator essencial, segundo Pascoal, que acredita na importância de desenvolver personagens e histórias autênticas para os jogos. “Nossa cultura precisa estar nos games de forma genuína. Em meu projeto Sky Dust, que se passa em uma São Paulo futurista, buscamos retratar detalhes da cidade que só quem vive aqui reconhece,” conta. Ele destaca que a identificação com os personagens é crucial para o sucesso de um jogo. “Um bom design de personagens é como o vocalista de uma banda: é ele quem conecta o público ao todo", brinca, destacando o papel central da estética e da narrativa na popularidade de jogos icônicos.

Dois exemplos marcantes dessa abordagem são Street Fighter e Tekken, clássicos do gênero de jogos de luta. Street Fighter, lançado pela primeira vez em 1987, tornou-se referência global por suas mecânicas inovadoras e pela diversidade de personagens, que incluem representantes de diferentes culturas e estilos de combate, como o icônico Ryu, inspirado no caratê japonês. Já Tekken, que estreou em 1994, também conquistou uma legião de fãs ao combinar gráficos em 3D com uma narrativa profunda e personagens marcantes, como Jin Kazama e Nina Williams. Ambos os títulos moldaram o gênero de jogos de luta e seguem populares até hoje, atraindo novas gerações de jogadores.

A visão otimista sobre o mercado é compartilhada por Victor Fioravante, 31 anos , conhecido como QuadradoXis, streamer e jogador que começou no universo gamer inspirado pelo pai, frequentador de fliperamas. “A motivação para transmitir é a interação com pessoas de diferentes lugares. É compartilhar histórias,” comenta. Para Vitor, o futuro dos e-sports é promissor no Brasil, onde a comunidade gamer cresce rapidamente. “Os e-sports estão se tornando gigantes mundialmente, e o Brasil acompanha esse movimento com muita força”, observa.

Apesar disso, ele reconhece desafios na carreira de streamer, como a competitividade e a falta de apoio entre colegas. “Ser streamer pode ser solitário, mas o engajamento com o público faz valer a pena”, afirma. Vitor acredita que a autenticidade na interação e a valorização de histórias são diferenciais que podem fortalecer a comunidade gamer brasileira.

Os e-sports no Brasil mostram um futuro dinâmico, onde jogadores, desenvolvedores e streamers constroem uma indústria que reflete a criatividade e a diversidade do país. Para que o setor alcance reconhecimento global, é necessário continuar investindo em inovação, incentivando produções locais e promovendo a identidade cultural. Com paixão e autenticidade, o Brasil tem tudo para se destacar no cenário global dos games.

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E OS NÚMEROS?

O futebol continua sendo um elemento central da identidade brasileira. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Resenha Digital Clube em parceria com a Opinion Box, 78% da população acompanha a modalidade de forma ativa. Esse número expressivo reflete como o esporte transcende o campo, tornando-se parte integrante da cultura nacional.

No entanto, segundo alguns outras pesquisas e levantamentos, é possível observar que os outros esportes possuem um crescimento. O basquete sendo utilizado com esse "exemplo", por meio de uma pesquisa realizada pela Sponsorlink em parceria com o IBOPE, é visto uma asensão que fez o número de telespectadores mais que duplicar de 2017, com 21 milhões de fãs, para 2023, com 46,1 fãs. As ações de marketing no Brasil podem fazer parte desse crescimento, no que diz a respeito ao crescimento de número de lojas, o ínicio do streaming gratuito de partidas liga a todo o público brasileiro, esses somente alguns dos exemplos para que esses possam ser compreendidos.

O cenário dos esports no Brasil reflete um crescimento expressivo, com mais de 30 milhões de espectadores regulares em 2023, segundo o relatório Newzoo Global Esports & Live Streaming Market. Esse dado posiciona o país entre os maiores mercados do mundo, mas também levanta questões sobre a relação dos brasileiros com a modalidade. Enquanto muitos preferem assistir, atraídos por transmissões ao vivo de eventos como o CBLOL e o Free Fire World Series, outros escolhem praticar, motivados pela acessibilidade e pelo potencial de profissionalização. O debate sobre a legitimidade dos esports como esporte persiste: embora não demandem esforço físico tradicional, características como estratégia, reflexos e trabalho em equipe aproximam a prática do conceito esportivo, já reconhecido por instituições como o Comitê Olímpico Internacional.

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A música exerce um papel essencial nos eventos esportivos, impactando diretamente o desempenho dos atletas e a experiência dos espectadores. O psicólogo esportivo Costas Karageorghis, referência na área e professor da Brunel University London, é um dos principais estudiosos sobre o efeito da música no desempenho físico. Em seu livro "Applying Music in Exercise and Sport", Karageorghis afirma que a música pode atuar como uma “droga legal”, aumentando a motivação, reduzindo a percepção de esforço e ajudando os atletas a atingirem o estado de "flow" — um nível de concentração máxima que potencializa a performance. Estudos apontam que a música correta pode elevar a resistência dos competidores em até 15%.

Nos esportes como basquete, tênis, automobilismo e eSports, a escolha musical se tornou parte da estratégia, amplificando a energia dos eventos e criando uma conexão com o público. Pensando nisso, foram desenvolvidas playlists especiais no Spotify, refletindo o espírito de cada modalidade e oferecendo uma experiência sonora alinhada ao ritmo dos esportes. Essas seleções musicais são criadas para potencializar treinos, momentos de concentração e celebração, oferecendo uma trilha sonora imersiva que complementa o mundo dos esportes alternativos.

Confira as playlists e experimente a conexão entre música e esporte em sua rotina:

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Júlio Delavy Guedes, tem 20 anos, interesse em esportes e tecnologia. Gosta de Fórmula 1, basquete e futebol, além de acompanhar o universo dos games. Entre os jogos que costuma jogar estão Valorant, Call of Duty: Warzone e Forza Horizon 5. Sua paixão por esses temas inspira sua busca por histórias que conectam esportes, jogos e cultura.

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Gustavo Rocha, tem 21 anos, apaixonado por esportes e pela comunicação. Pratica basquete, futebol e também se aventura no skate. Sua paixão pela música é ampla, mas o rap ocupa um lugar especial em sua vida, com ídolos como Kyan e Kanye West inspirando seu cotidiano. Com experiência na Taça das Favelas, ele também realiza trabalhos freelancers como repórter.

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Henrique Dias Falavigna, tem 20 anos, apaixonado por cinema, música e esportes. Futebol e automobilismo são seus esportes favoritos e para ele nada melhor do que uma tarde de Champions com os amigos. O seu interesse por esportes vem desde pequeno incentivado pela sua família, e isso o leva a gostar de ver e contar grandes histórias do esporte

Rafael Drysdale, tem 20 anos, interesse em esportes e competições em geral. Seus esportes favoritos são tênis e futebol. Além disso ele gosta muito de conhecer lugares, comidas e até esportes diferentes. Ele é a típica que passa horas conversando sobre o futebol brasileiro com qualquer pessoa que encontrou na rua e queira bater um papo. 

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Esta plataforma interativa foi produzida para a disciplina Reportagem Multimídia, do curso de Jornalismo da FAPCOM (Faculdade Paulus de Comunicação).

Orientação: Profa. Rita Donato.

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